quarta-feira, 27 de março de 2013

Parte V - STATUS ALARMANTE da experimentação animal no Brasil

Parte V -
Nem os peixes escapam ....

Norah André

É exatamente assim.
Nem os peixes agora escapam da ganância fraudulenta da pseudo ciência neste país.

Em matéria igualmente publicada por Herton Escobar, em O Estado de São Paulo,
somos des-informados sobre os "méritos" do que é ali denominado de "modelo aquático" de experimentação animal no Brasil.

Como o texto não é longo, permito-me postá-lo diretamente e na íntegra aqui:
http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar/uma-fabrica-de-camundongos-transgenicos/?doing_wp_cron=1362622415.5915598869323730468750
MODELOS AQUÁTICOS
Herton Escobar
"Além de camundongos, o Laboratório de Modificação do Genoma (LMG) vai pesquisar e produzir modelos transgênicos um peixe de aquário conhecido no Brasil como “paulistinha”, da espécie Danio rerio. 
O “zebrafish”, como é chamado em inglês e conhecido por todos os cientistas, é um dos modelos de pesquisa mais usados no mundo, para diversas aplicações. Uma de suas principais vantagens é o fato de seus embriões terem uma membrana transparente, o que permite ao cientistas visualizar em tempo real todos os estágios do desenvolvimento embrionário. 
Como todos os vertebrados têm muito em comum nesses estágios iniciais do desenvolvimento, o zebrafish, assim como o camundongo, pode nos dizer muito sobre nós mesmos. Com a vantagem de que ele produz 200 ovos por semana e é muito menor do que um camundongo. (Veja abaixo um vídeo com todo o desenvolvimento embrionário do peixe, que dura apenas 24 horas.)"


E o texto continua:
"O LMG tem um biotério já montado com aquários suficientes para abrigar alguns milhares de peixes. Apenas alguns dias atrás (18/07 [de 2012]), foi inaugurado na Alemanha o European Zebrafish Resource Center, com capacidade para abrigar 400 mil peixinhos em mais de 3 mil tanques. E com cerca de 300 linhagens transgênicas no catálogo."

Vemos como o mesmo "fabricante de camundongos transgênicos" "fabricará" e venderá também "peixes transgênicos" em sua "linha de produção".
Homens não são peixes.
Resta portanto a pergunta: para que e para quem serão estes animais "fabricados" por encomenda?

ADENDO:
 
Vocês já SABEM DISSO? 



No porto do Rio de Janeiro está sendo instalado um "aquário", onde até tubarões serão aprisionados. A título de "entretenimento" e "PESQUISA"? 

Aquário Marinho do Rio

Os "senhores" que gerenciam as verbas neste Estado parecem fortemente comprometidos com a nova (e mal disfarçada) ditadura vivissecionista acordada entre os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, noticiada aqui há uma semana atrás. As obras "já vão de vento em popa": 

http://rio-negocios.com/obras-ja-mudam-paisagem-da-zona-portuaria-do-rio/

Aquário: Localizado na Avenida Rodrigues Alves, é anunciado como o maior aquário marinho da América Latina, com 42 tanques e 12 mil animais, de 400 espécies. Será também um centro de pesquisas. Previsão: 2014. 






RIO: caminhando em direção a um PASSADO NEGRO
 

Em "resposta" a e-mail inicial enviado por ativistas, como a Elisabeth Ribas, o Sr.Marcelo Szpilman, que se assina como Diretor presidente do AquaRio - Aquário Marinho do Rio, assim respondeu: 

Prezada ...., 
Imagino que sua preocupação se refere aos animais que farão parte do plantel expositivo. Assim, esclareço que o aquário será um equipamento 100% privado, com 4 milhões de litros de água, e conterá, em uma primeira fase, somente peixes, tubarões, raias e invertebrados marinhos. A responsabilidade técnica é toda minha. As finalidades principais são: educação ambiental, pesquisas científicas e conservação da biodiversidade marinha. 

 Além de um Departamento de Educação, que promoverá sempre programas, eventos e cursos relacionados à educação ambiental, teremos um Departamento de Pesquisa, que, a partir do manejo e manutenção dos animais em cativeiro, realizará pesquisas científicas nas diversas áreas da biologia e da veterinária em contato direto com Universidades e Centros de Pesquisa. 

 Os espaços e recintos terão e respeitarão todas as condições técnicas e físicas para total bem-estar dos animais. Sua preocupação, nesse sentido, é minha também. E não podia ser diferente, já que, como biólogo marinho com 5 livros publicados na área, atuo há mais de 20 anos na preservação e proteção ambiental, especialmente dos animais marinhos. 

 Cabe ressaltar que aquários e zoológicos, além de sua função principal (educação ambiental), passaram a ter, nos últimos 20 anos, a importante função de depositários da biodiversidade do planeta. E exemplos não faltam, como o mico-leão-dourado e a a arara-azul. As duas espécies foram extintas na natureza, mas, graças aos diversos exemplares conservados nos zoológicos espalhados pelo mundo, pode-se reproduzi-los e reintroduzi-los em seus ambientes naturais. Atualmente, em função da pesca predatória e excessiva, já temos diversas espécies de peixes e tubarões em grande risco de extinção e, mais uma vez, caso ocorra sua extinção na natureza, restará apenas os exemplares conservados nos aquários do mundo, inclusive no nosso. 

Espero ter esclarecido suas dúvidas. 
 Atenciosamente
 Marcelo Szpilman 
Diretor presidente AquaRio - Aquário Marinho do Rio 

* Tomamos então a iniciativa de enviar um segundo e-mail, pedindo esclarecimentos adicionais sobre as atividades do referido Departamento de Pesquisa, "que, a partir do manejo e manutenção dos animais em cativeiro, realizará pesquisas científicas nas diversas áreas da biologia e da veterinária em contato direto com Universidades e Centros de Pesquisa." 

Segue abaixo o teor do e-mail enviado e a resposta recebida. 
E-mail enviado por membros da página do Cadeia. 
para os seguintes endereços de e-mail: contato@aquariomarinhodorio.com.br, kreimer@kreimer.com.br 

 "Ao Sr. Marcelo Szpilman, 
 Diretor presidente do AquaRio - Aquário Marinho do Rio,

Foi com consternação profunda que lemos sua resposta a e-mails anteriormente enviados. 
Em sua então resposta, o Senhor se refere à criação de um "Departamento de Pesquisa, que, a partir do manejo e manutenção dos animais em cativeiro, realizará pesquisas científicas nas diversas áreas da biologia e da veterinária em contato direto com Universidades e Centros de Pesquisa." Em conexão com com o "Departamento de Ensino" de seu Aquario. A que tipo de "pesquisas" estaria o Senhor se referindo? 

A que tipo de manipulação seriam este animais submetidos? 
E para a vantagem de quem? 
Quem decide a relevância destes "protocolos" de pesquisa? 
Sabidamente, a experimentação animal é um modelo fraudulento de pesquisa. 
Digno de cientistas de quinta categoria, que ignoram o simples fato de que seus metabolismos são inteiro diversos daqueles dos humanos. 
Modelo de pesquisa este que continua a ser usado exclusivamente com vistas a beneficiar os lobbies farmacêuticos e grupos de cientistas que precisam publicar qualquer material sob a forma de artigos, por mais irrelevantes que sejam para a saúde humana, para angariar verbas para seus projetos de universidades e "validar" seu número de publicações pseudo-acadêmicas, em benefício próprio. 

E mais: pesquisas sobre o comportamento de espécies não-humanas, para terem alguma validade e valor real do ponto de sua preservação, precisam ser conduzidas pela observação dos referidos animais em seu habitat natural, o que certamente não é o caso de "tanques de vidro", por maiores que estes venham a ser. 
Não me diga que possível observar os comportamentos relevantes para a sobrevivência, por exemplo, de uma determinada espécie de tubarão, confinando-o em um tanque. A ÉTICA e a CIÊNCIA sabem muito do bem do que estou falando. 

Num momento em que o progresso da ciência depende do restabelecimento da VERDADEIRA CIÊNCIA __ fato hoje de conhecimento público __ e o mundo se conscientiza do absurdo criminoso da Exploração Animal e da devastação da Natureza, pela sucessiva e comercial violação de seus direitos, capaz de nos levar a todos em breve a um futuro negro, ver dinheiro público desperdiçado com a tortura e aprisionamento de seres sencientes em condições indignas, ultrajantes, para nenhum outro propósito senão a sua exploração por mentes medíocres e um público que deveria estar sendo, outrossim, conscientizado, é algo que nos faz ter engulhos e lamentar inclusive haver nascido neste país, mais particularmente neste Estado. 

Prioridades serão sempre prioridades. 
A ética não se dobra a interesses. 
Educar significa CONSCIENTIZAR. Não colocar os animais em vitrines, para "entretenimento" de uma população ignorante, que sequer sabe ainda que o lixo que despeja nas prais é um dos fatores preponderantes pelas mortes de animais marinhos. 

A prospecção irreverente de petróleo nas costas brasileiras, a pesca predatória. Conhece o impacto ambiental destes fatores, Senhor? Como pretende tratá-los e solucioná-los com animais confinados em aquários e submetidos a "pesquisas"? 

Ao que tudo leva a crer, cumprir corretamente o papel de agente de educação, com campanhas permanentes de conscientização da população e a devida aplicação das leis contra crimes ambientais, não é rentável. E portanto não é significativo para o desgoverno deste estado, do qual o Senhor se dispõe a fazer parte. 
Só tendo a lamentar o seu "empreendimento" genocida, do qual o senhor pretende que nos envaideçamos. 
Não. Estamos ultrajados e muito envergonhados do que se tornou a gestão do dinheiro público neste estado."


Não podemos nos eximir aqui de postar a resposta prontamente dada pelo Sr. Szpilman ao nosso e-mail. 

Segue abaixo: 

 "Prezada xxxxxx, 

Como já disse no email de resposta à Marli Moraes (10/12/12) e no email de resposta à Elizabeth Ribas (em 18/03/13), como biólogo marinho responsável pelo aquário, com mais de 20 anos de trabalho sério e respeitado na área preservação e proteção ambiental, especialmente dos animais marinhos, NUNCA permitiria pesquisas invasivas, torturas ou vivissecções nos animais. Isso seria um absurdo inominável. TODOS os animais em cativeiro serão tratados com muito respeito, sempre priorizando seu bem-estar. Fora algumas pesquisas de simples observação e análise comportamental, grande parte das pesquisas cintíficas será na área de reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas de extinção, como os cavalos-marinhos, meros, tubarões e outros peixes e invertebrados marinhos. 

 O propósito principal do AquaRio, um empreendimento 100% privado, é educação, pesquisa, preservação e conservação da biodiversidade marinha e recuperação de animais perdidos ou doentes. Teremos um centro de recuperação de animais bem equipado, do qual o Rio de Janeiro precisa e não tem, e os animais recuperados serão devolvidos à natureza sempre que possível. 

 Esclareço também que boa parte dos animais serão cedidos por outros aquários e instituições, especialmente aqueles ameaçados de extinção. Somente serão capturados na natureza uma quantidade limitada de peixes comerciais, ou seja, aqueles que todos compram nas peixarias e comem. A diferença é que no nosso caso esses mesmos peixes poderão viver em excelentes condições por até 12 ou 15 anos e, se as pesquisas forem bem-sucedidas, poderão se reproduzir em cativeiro e assim permitir que possamos ter, finalmente, a produção de peixes de água salgada em larga escala de forma a acabar com a pressão predatória da pesca excessiva sobre as populações de espécies nativas, onde 85% dos peixes capturados nos oceanos já são classificados como superexplorados ou esgotados. No caso de esgotados, somente pesquisas de reprodução em cativeiro poderão reverter o quadro, já que parar a pesca no mundo é impossível. 

 Cabe ressaltar que aquários e zoológicos, além de sua função principal (educação ambiental, aproximação e desmitificação), passaram a ter, nos últimos 20 anos, a importante função de depositários da biodiversidade do planeta. E exemplos não faltam, como o mico-leão-dourado e a a arara-azul. As duas espécies foram extintas na natureza, mas, graças aos diversos exemplares conservados nos zoológicos espalhados pelo mundo, pode-se reproduzi-los e reintroduzi-los em seus ambientes naturais. Atualmente, em função da pesca predatória e excessiva, já temos diversas espécies de peixes e tubarões em grande risco de extinção e, mais uma vez, caso ocorra sua extinção na natureza, restará apenas os exemplares conservados nos aquários do mundo, inclusive no nosso. 

 Respeito, admiro, apoio e compactuo com o trabalho que muitos, como você, fazem contra os maus tratos de animais e seu uso inadequado (ou tratamento cruel) para fins comerciais. No entanto, dentro do bom-senso e da ética, posições e abordagens divergentes nessa área são muitas e todas devem ser respeitadas. A divergência de opinião é saudável e necessária, mas sem radicalismo. Não há donos da verdade. 

Com esse email, espero ter definitivamente esclarecido e encerro aqui essa questão sobre o questionamentos do tratamento dos animais no AquaRio. 

 Estamos abertos para esclarecer quaisquer outros assuntos. "

Atenciosamente, 
Marcelo Szpilman 
Diretor presidente AquaRio - Aquário Marinho do Rio 



*A se observar, como comentário final, que, diferentemente do que atesta a frase acima: "espero ter definitivamente esclarecido e encerro aqui essa questão sobre o questionamentos do tratamento dos animais no AquaRio.", considero que a questão está longe de estar encerrada.

"Outros assuntos" não nos interessam absolutamente. 
Interessa-nos a exploração animal.
E vai continuar interessando por muito tempo, uma vez que o movimento abolicionista mundial está dando ainda apenas os seus primeiros passos.

Interessa-nos e vai continuar a nos interessar que tipo de "experimentos e pesquisas" se farão com os referidos animais. 
Isto sem mencionar o odioso confinamento de animais em tanques minúsculos, numa nítida violação de seus interesses de sobrevivência e dignidade. 




O "aquário" do Rio nos parece um empreendimento em direção ao passado, num momento em que cada vez mais o mundo reconhece o extremo abuso implicado em sua exploração como "entretenimento" ou como "objetos de pesquisas". 
Não duvidaria nada que, em função de "investimentos de particulares", em breve se propusesse ainda a adição de espécies como golfinhos e baleias orca aos "exemplares para entretenimento e estudo". 

Na postagem seguinte nos referiremos especificamente à FRAUDE em PESQUISAS, não apenas no Brasil mas reconhecidamente hoje existente em todo o mundo. 
Pode-se enganar a muitos por algum tempo. 
Pode-se enganar a poucos por longos períodos. 
Mas, como reza o ditado, não se pode enganar a muitos ou a todos por muito tempo. 

 Namaste.

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