sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Porque experimentos em animais NÃO são necessários - Dr. Corina Gericke, Med. Vet.

Porque a experimentação em animais não é necessária.

Texto extraído e traduzido de Doctors Against Animal Experiments - Germany 
Dr. med. vet. Corina Gericke (tradução Norah André) 

Os experimentos em animais são supostamente necessários para assegurar a segurança dos produtos que usamos e como meio de se buscar novas terapias para pessoas doentes. 

Entretanto,  sabemos que, na prática, não são meios adequados para julgar os efeitos e perigos das substâncias para os seres humanos. 
Cientistas, políticos e cidadãos estão cada vez mais reconhecendo que as experiências com animais não são capazes de cumprir o que prometem  e que os seus resultados não são diretamente aplicáveis ​​aos seres humanos.

 - Experiências em animais são perigosas 
É frequentemente afirmado que os experimentos em animais são indispensáveis, pois para o desenvolvimento de drogas farmacêuticas um "organismo completo" seria necessário. Embora os animais sejam organismos completos, eles não são os indicados. 

Animais e seres humanos diferem consideravelmente no que diz respeito à anatomia, fisiologia e metabolismo. 
Mesmo animais de diferentes espécies podem reagir de forma bastante diferente para produtos químicos e medicamentos farmacêuticos.

Não é possível prever se um ser humano reagirá de forma idêntica ou diferente com base nos resultados de experiências realizadas em animais. 

Um estudo realizado pela empresa farmacêutica Pfizer chegou à conclusão de que " seria melhor jogar uma moeda do que depender de experiências com animais para responder à pergunta de substâncias cancerígenas. 
Apenas 5 - 25% das substâncias prejudiciais para os seres humanos também têm efeitos adversos sobre os animais experimentais. O lançamento de uma moeda __[cara ou coroa] __ proporciona melhores resultados ". 

 As numerosas drogas farmacêuticas que foram considerados seguras com base em experiências com animais, mas causaram graves ou mesmo letais efeitos adversos em seres humanos, são a prova de que os resultados de experiências em animais não podem ser transferidos para os seres humanos, com a confiabilidade necessária. 
Lipobay ®, Vioxx ®, Trasylol ®, Acomplia ® e TGN1412 são apenas a ponta do iceberg. Considerada apenas a Alemanha, por si só, 58 000 mortes são estimadas como sendo o resultado de efeitos colaterais adversos. 

Por outro lado, não se sabe quantos drogas farmacêuticas benéficas nunca são liberadas, uma vez que seus estudos são prematuramente abandonados, com base em experiências enganadoras com animais. 
Muitos medicamentos que são altamente benéficos nos dias de hoje __ como a aspirina, ibuprofeno, insulina, penicilina ou fenobarbital __ não estariam disponíveis, caso houvessem sido antes testadas em animais, porque essas substâncias induzem graves danos em certas espécies de animais devido a diferentes processos metabólicos. 
Eles teriam falhado completamente se houvessem sido submetidos na época aos atuais procedimentos aplicados no desenvolvimento de ingredientes ativos. 

Atualmente, dezenas de milhares de animais devem morrer por cada produto. 
Na maioria dos casos, os produtos testados sequer fazem avançar a ciência médica. 
Pelo contrário, na Alemanha, dos cerca de 2.500 novos pedidos de aprovação da indústria farmacêutica apresentadas a cada ano, há apenas uma inovação real de dois em dois anos*. 
Todo o restante dos produtos, ou já existe ou é simplesmente desnecessário. 
Exemplo disso é o que fez a empresa Bayer: redefinida a condição completamente normal dos homens idosos como uma síndrome de "deficiência de testosterona", deu início à criação de um novo mercado para as drogas hormonais. 
Há cerca de 60.000 drogas disponíveis no mercado alemão. Muitos delas são idênticas e apenas comercializadas sob diferentes nomes. 
 Segundo a OMS apenas 325 medicamentos são realmente essenciais. 
As experiências com animais não contribuem em nada para o desenvolvimento de novas terapias. 
A indústria farmacêutica as realiza apenas para se esquivar de sua responsabilidade legal, no caso de algo dar errado com um de seus produtos.

* meu grifo




  - Experiências em animais são falsa ciência (bad science) 

 Como a maioria das doenças humanas não ocorre em animais, os animais empregados em pesquisas  são tratados como "organismos modelo" e os sintomas humanos são ali simulados e "reproduzidos". 
Por exemplo, a fim de induzir algo análogo à doença de Parkinson, macacos, ratos ou camundongos são injetados com uma neurotoxina que destrói as células de seus cérebros. Câncer é induzido em ratos por meio de engenharia genética, ou da administração de células de cancro injetáveis. 
Acidentes vasculares cerebrais são causados ​​em ratos através da inserção de um fio numa artéria cerebral. 
Diabetes em ratos é provocada pela injeção de uma toxina que destrói as células produtoras de insulina de seu pâncreas. 
Os ataques cardíacos são simulados em cães pela constrição de sua artéria coronária com um laço. 
Os sintomas artificialmente induzidos não têm nada em comum com as doenças humanas que supostamente deveriam simular. Aspectos importantes das origens dos distúrbios, tais como alimentação, hábitos de vida, consumo de drogas, influências ambientais prejudiciais, estresse e fatores psicológicos e sociais, não são levados em consideração. 

Os resultados dos estudos que utilizam animais são, portanto, enganosos e irrelevantes. 
 Na verdade, a pesquisa com base em experimentação animal é falha [falaciosa], repetidamente, ao longo de todo o seu curso. 92% de potenciais fármacos tidos como eficazes quando testados em animais, não passam quando chegam aos ensaios clínicos com humanos onde sua segurança e eficácia são reavaliados. 
Quer porque a substância é ineficaz, quer por sintomas colaterais e secundários danosos. 
Das cerca de 8% de substâncias aprovadas no ensaio clínico, cerca de metade é posteriormente retirada do mercado por causa grave, tendo-se constatado inclusive evidência de efeitos colaterais letais. 

Por exemplo, a invenção do "rato canceroso" foi por muito tempo considerada a chave há muito procurada para o combate aos tumores malignos. Em meados dos anos oitenta, os investigadores da Universidade de Harvard, inserindo um gene de cancro humano no genoma dos ratos, conseguiram que os roedores desenvolvessem tumores prematuramente. Este rato geneticamente modificado foi o primeiro animal mamífero a ser patenteado, nos EUA em 1988 e na Europa em 1992. 
Desde então, dezenas de milhares de ratos cancerosos têm sido "curados", mas todos os tratamentos que eram "bem sucedidos" em roedores não o foram em seres humanos. 

A pesquisa animal experimental anuncia, com muita regularidade, a descoberta de avanços com relação todos os tipos de doenças e transtornos da saúde humana. Proclamam avanços no tratamento da doença de Alzheimer, do Parkinson, da esclerose múltipla, do câncer, da aterosclerose, etc. 
Entretanto, com a mesma regularidade, as esperanças dos pacientes são quase sempre desmentidas e frustradas, e não se ouve mais falar de tais celebradas e alardeadas curas milagrosas. Homens não são ratos

Estudos científicos estão cada vez mais lançando dúvidas sobre a eficácia da experimentação animal. 
Eles evidenciam que os resultados obtidos através de experimentos em animais, muitas vezes não se correlacionam com os conhecimentos obtidos a partir da fisiologia de seres humanos, e que os resultados obtidos através das experiências com animais são frequentemente irrelevantes para a aplicação clínica em humanos. 

Um estudo comparativo realizado na Inglaterra verificou e comparou os resultados de diferentes métodos de tratamento em animais experimentais e em pacientes humanos, com base nas publicações científicas relevantes, Apenas três dos seis distúrbios investigados apontavam para correlações de resultados. A outra metade não. 

Em outro estudo comparativo realizado posteriormente, uma equipe de investigação britânica concluiu que os resultados de estudos realizados em animais e seres humanos muitas vezes diferem muito consideravelmente. 
Ainda de acordo com este estudo comparativo, os resultados inexatos de experiências com animais podem por em perigo os pacientes humanos e são também um desperdício de recursos de pesquisa. 

Em um estudo alemão, foram analisados 51 pedidos de experimentos em animais que haviam sido aprovados na Baviera e interrogada a sua aplicação clínica. 
A equipe de pesquisa descobriu que, mesmo 10 anos depois, nem um único destes projetos havia sido implementado na medicina humana.

A experimentação animal não é apenas inútil, ela é até mesmo prejudicial. 
Baseada numa segurança que não existe, os falsos resultados que ela oferece apenas impedem o progresso da medicina humana.

* meu grifo

- Experiências em animais são imorais 

Independentemente das inúmeras razões científicas, há também razões éticas para rejeitar experiências com animais. 
A cada ano pelo menos 115 milhões de animais morrem nos laboratórios da indústria química e farmacêutica, em universidades e outras instituições de pesquisa. (10) 
Experimentos em animais degradam os animais à condição de "organismos modelo" e de instrumentos de medição descartáveis. 
No entanto, os animais são criaturas sencientes, capazes de sofrimento. 
A experimentação animal não é compatível com a medicina ou a ciência eticamente justificável. 

  - A boa ciência se caracteriza pela utilização de métodos de pesquisa sem testes em animais



Por fim a experiências com animais não significa o fim da investigação médica. 
Pelo contrário - a mudança para estudos em seres humanos, por exemplo, nas áreas de epidemiologia, pesquisa clínica, segurança e saúde ocupacional e medicina social levaria ao progresso da medicina real. 
Os métodos de ensaio, sem a utilização de animais, utilizando-se células e tecidos humanos, combinados com programas especiais de computador, são capazes de produzir resultados exatos e concludentes, ao contrário do que acontece nas experiências com animais

Modelos de computador sofisticados são capazes de fornecer informações sobre o efeito, a estrutura e a toxicidade das substâncias, assim como sobre novos medicamentos ou produtos químicos. 
Microchips que combinem  métodos de computador e métodos in vitro: em um sistema de dutos diminutos e pequenas câmaras ocas, os microchips podem ser colonizados com células humanas de diferentes órgãos. 
Isto torna possível testar o efeito de uma substância experimental sobre os órgãos individualmente, fornecendo informações sobre a forma como a substância é metabolizada e se quaisquer produtos residuais tóxicos são formados.** 

*  meu grifo
** recomendo a leitura da postagem sobre este mesmo assunto, anterior a esta neste mesmo blog.

- Experimentos com animais que não precisam de alternativas (podem ser simplesmente abolidos) 

 Aqueles que acreditam que as experiências com animais são conduzidos no intuito de desenvolver novas terapias para as pessoas doentes estão profundamente enganados. 
Muitos experimentos com animais realizados o são sob o pretexto de pesquisa pura, não pretendo quaisquer vantagens para beneficiar a medicina humana. 

Alguns exemplos de experiências com animais aprovadas e realizadas na Alemanha [a título de pesquisa pura, não relacionada à medicina humana] 
 - Na Universidade de Leipzig, foi descoberto que a hibernação protege o tecido neural dos hamsters, "o que poderia, assim, por exemplo, prevenir a doença de Alzheimer". 
- No Instituto Federal de Pesquisa de Nutrição e Alimentação, em Karlsruhe, carotenóides foram misturados ao leite de bezerros,com o objetivo de descobrir por que tomates e melões são tão benéficos para os seres humanos a saúde. 
-No intuito de investigar os efeitos de choque acústico agudo no ouvido interno de cobaias, os animais foram submetidos ao som de tiros de espingarda (156 + / - 4 dB), e depois mortos.
- No Instituto de Pesquisa aviária em Wilhelmshaven, 22 gaivotas capturadas em uma ilha alemã do Mar do Norte não foram alimentados durante seis dias. O objetivo era descobrir por quanto tempo gaivotas podem sobreviver sem comer. 
- Em Ulm, uma equipe de pesquisa investigou por anos a fio os efeitos da gravidade sobre o desenvolvimento e bio-ritmos de diferentes espécies animais. 
 Só para citar uma das experiências, a título de exemplo: um aparelho foi montado, com o qual medições foram realizadas em escorpiões vivos ao longo de um período de vários meses. O animal era afixado e imobilizado na placa. Eletrodos foram inseridos em seus olhos, músculos das pernas, seu cérebro e corpo, para medir continuamente suas correntes nervosas. 

Não há qualquer necessidade de procurar métodos alternativos de pesquisa para substituir esses projetos de investigação. Estes experimentos com animais podem ser simplesmente ser eliminados sem substituição, seja porque dados relativos a indivíduos humanos já estão disponíveis há muito tempo, seja porque seus resultados são completamente irrelevantes para a saúde humana.

- Porque ainda são realizados experimentos em animais? 

 Continuar a empregar a experimentação animal não se deve a qualquer razão científica. Trata-se algo que só pode ser explicado pela tradição. 
Já se passaram 150 anos desde que o fisiologista francês Claude Bernard (1813 - 1878) elevou e instituiu as experiências com animais como a "pedra de toque" de toda a visão médica e científica. 
A doutrina Bernard sobrevive num paradigma científico contemporâneo que aceita apenas os resultados que são analiticamente explicáveis, bem como mensuráveis e reprodutíveis. Dentro do âmbito do presente sistema científico, doenças tornaram-se defeitos técnicos e os animais tornaram-se instrumentos de medição. 

Neste contexto, a qualidade de um pesquisador não é medida pelo número de pessoas que ele ou ela tem ajudado, mas sim pela quantidade de suas publicações científicas. 
Fiel ao lema "Publicar ou perecer", o status de reconhecimento só é alcançado no mundo da ciência por meio de uma longa lista de publicações em revistas científicas de renome, estando a quantidade de fundos de pesquisa disponíveis diretamente dependente da lista de publicações do pesquisador. 
 Os financiamentos assim obtidos são outra vez investidos em novos experimentos com animais, o que mais uma vez resulta em uma nova publicação. 

Este sistema absurdo é auto-sustentável e devora quantidades incríveis de verbas de financiamento para pesquisa, de recursos de terceiros ou bolsas de estudo, sem qualquer benefício para as pessoas doentes. 

Uma razão adicional pela qual a experimentação animal é mantida em certas áreas é a absoluta falta de verbas disponíveis para a pesquisa baseada em modelos alternativos, bem como a demora dos procedimentos para a aprovação de técnicas de pesquisa em vitro. 




Para encerrar, é bom lembrar que experimentos com animais servem à indústria farmacêutica como um meio de fugir de suas responsabilidades. 
Se algo der errado com relação a uma droga, o fabricante sempre pode se referir à experimentação animal anteriormente realizada, sem os efeitos colaterais decorrentes. 
 As experiências com animais são também muito populares na indústria farmacêutica porque sempre podem ser usadas para provar qualquer coisa que se queira. 
 Sempre haverá um meio de se apresentar uma configuração de testes capaz de exibir [demonstrar] os resultados desejados.

- Conclusão 

 Não apenas a experimentação animal representa métodos cruéis e anti éticos de pesquisa, como também encarna métodos não científicos que não deveriam ter lugar na moderna ciência e na medicina do Século XXI. 

 Animal experimentation not only stands for cruel and therefore unethical methods, but also unscientific methods that have no right to a place in modern 21st century medicine and science.





Texto em inglês

Why animal experiments are not necessary 
By Dr. med. vet. Corina Gericke 

 Animal experiments are supposedly necessary in order to make the products we use safe and to find new therapies for sick people. However, they are in fact not suitable for judging the effects and hazards of substances for humans. Scientists, politicians and citizens are now increasingly recognising that animal experiments don’t fulfil what they promise, and that their results are not directly applicable to humans. 

 Animal experiments are dangerous 
 It is often claimed that animal testing is indispensable, because a »complete organism« is supposedly required for the development of pharmaceutical drugs. Animals may well be complete organisms, but they are the wrong ones. Animals and humans differ considerably with regard to anatomy, physiology and metabolism. Even animals of different species can react quite differently to chemicals and pharmaceutical drugs. It is not possible to predict whether a human will react identically or differently based on the results of experiments conducted on animals. One study conducted by the pharmaceutical company Pfizer came to the conclusion that »one would be better off tossing a coin than relying on animal experiments to answer the question of carcinogenic substances. Only 5 - 25% of the substances harmful to humans also have adverse effects on the experimental animals. Tossing a coin delivers better results«. The numerous pharmaceutical drugs that were considered safe based on animal experiments, but caused serious or even lethal adverse effects in humans, are proof that the results of animal experiments cannot be transferred to humans with the necessary reliability. Lipobay®, Vioxx®, Trasylol®, Acomplia® and TGN1412 are just the tip of the iceberg. In Germany alone, as many as 58 000 deaths are estimated to be the result of drug side effects. 
 On the other hand, no one knows how many beneficial pharmaceutical drugs are never released because they are prematurely abandoned on the basis of misleading animal experiments. Many drugs that are highly beneficial nowadays, such as aspirin, ibuprofen, insulin, penicillin or phenobarbital, would not be available if one had relied on animal testing in earlier days, because these substances induce grave damage in certain animal species due to differing metabolic processes. They would have failed outright if subjected to the present-day procedures applied in the development of active ingredients. Tens of thousands of animals must die for each product. In most cases the products tested do not even advance medical science. On the contrary, in Germany approximately 2 500 new applications for pharmaceutical drug approval are filed each year, of which there is only one real innovation every two years. Everything else either already exists or is simply unnecessary. For example, the company Bayer redefined the completely normal condition of elderly men as a »testosterone deficiency syndrome«, in order to create a new market for hormone drugs. There are some 60 000 drugs available on the German market. Many of them are identical and are only marketed under different names. 
According to the WHO only 325 medicines are actually essential. Animal experiments contribute nothing to the development of new therapies. The pharmaceuticals industry conducts them only to hedge their liability in case something goes wrong with one of their products. 

 Animal experiments are bad science 
 Since most human diseases do not occur in animals, their symptoms are simulated using »model organisms«. For instance, in order to induce Parkinson’s disease, monkeys, rats or mice are injected with a neurotoxin that destroys brain cells. Cancer is induced in mice by means of genetic engineering or injecting cancer cells. Cerebral strokes are caused in mice by inserting a thread into a cerebral artery. Diabetes in rats is caused by injecting a toxin that destroys the insulin-producing cells in the pancreas. Heart attacks are simulated in dogs by constricting a coronary artery with a noose. The artificially induced symptoms have nothing in common with the human disorders they are supposed to simulate. Important aspects of the origins of the disorders, such as diet, lifestyle habits, drug consumption, harmful environmental influences, stress, and psychological and social factors, are not taken into consideration. The results of studies using animals are therefore misleading and irrelevant. In fact, research based on animal experimentation repeatedly fails all along the line. 92% of potential pharmaceutical drugs that are shown by animal testing to be effective and safe do not pass clinical trials, either because of insufficient effectiveness or undesired side effects. Of the 8% of substances that are approved, half are later taken off the market because grave, often even lethal side effects in humans become evident. For instance, the »invention« of the cancer mouse was believed to be the long-sought key to combating malignant tumours. In the mid eighties, researchers at the Harvard University succeeded in inserting a human cancer gene into the genome of mice, so that the rodents prematurely developed tumours. This genetically engineered mouse was even the first mammal to be patented, in the USA in 1988 and in Europe in 1992. Since then, tens of thousands of cancer mice have been »cured«, but all the treatments that were »successful« in rodents failed in humans. 
 Animal experimental research regularly announces breakthroughs with all kinds of disorders. Animal testing supposedly proved this or the other method of treatment to be successful in combating Alzheimer’s disease, Parkinson’s disease, multiple sclerosis, cancer, atherosclerosis, etc.. However, the hopes of the afflicted patients are almost always disappointed, and the celebrated miracle cures are never heard of again. Humans just aren’t mice. Scientific studies are increasingly casting doubt on the benefits of animal experiments. They prove that the results of animal tests often do not correlate to the insights gained from humans, and that animal experiments are often irrelevant to the clinical application for humans. In an English meta-study the results of different treatment methods on experimental animals and patients based on the relevant scientific publications were compared. Only three of the six disorders investigated delivered correlations, the remaining half did not. In a further comparative study a British research team determined that the results of studies conducted on both animals and humans often differ quite considerably. According to the study, the inexact results of animal experiments can endanger patients and are also a waste of research funding. In a German study, 51 applications for animal experiments that were approved in Bavaria were analysed with regard to their clinical implementation. The research team discovered that even ten years later not one single project had been demonstrably implemented in human medicine. 
 Animal experimentation is not only useless, it is even harmful. It implies security that does not exist, and the false results it delivers only impede medical progress. 

Animal experiments are immoral 
 Regardless of the numerous scientific reasons, there are also ethical reasons to reject animal experiments. Each year at least 115 million animals die in the laboratories of the chemical and pharmaceutical industry, in universities and other research institutes. (10) Animal experiments degrade animals as »model organisms« to disposable measuring instruments. Yet animals are sentient fellow creatures capable of suffering. 
Animal experimentation is not compatible with ethically justifiable medicine and science. 

Research methods without animal testing are good science 
Putting an end to animal experiments does not mean the end of medical research. On the contrary – switching to studies on humans, for instance in the areas of epidemiology, clinical research, occupational safety and health, and social medicine would lead to real medical progress. Testing methods without the use of animals, using human cells and tissues combined with special computer programs, deliver exact and conclusive results, as opposed to animal experiments. Sophisticated computer models are capable of delivering information on structure, effect and toxicity of substances, such as new drugs or chemicals. Microchips combine computer and in-vitro methods; in a system of minute ducts and chambers, microchips are colonised with human cells from different organs. Thus it is possible to test the effect of an experimental substance on the individual organs, as well as how it is metabolised and whether any toxic waste products are formed. 

 Animal experiments that do not need to be replaced 
 Those who believe that animal experiments are conducted in order to develop new therapies for sick people are profoundly mistaken. Many animal experiments conducted as pure research don’t even pretend to benefit medicine. Examples of animal experiments approved and conducted in Germany: At the University of Leipzig it was discovered that hibernation protects hamsters' neural tissue and can thus for instance prevent Alzheimer’s disease. In the Federal Research Institute of Nutrition and Food in Karlsruhe, carotinoids were mixed into calves’ milk replacer, in order to find out why tomatoes and melons are so beneficial to humans’ health. In order to investigate the consequences of acute acoustic shock on the inner ear of guinea pigs, the animals were subjected to the sound of rifle shots (156 +/- 4 dB), then killed. At the Institute of Avian Research in Wilhelmshaven, 22 herring gulls captured on a German North Sea island were not fed for six days. The aim was to find out how long gulls can starve. In Ulm, a research team has been investigating the effects of gravity on the development and bio-rhythms of different animal species for years. For instance, an apparatus was assembled, with which measurements can be conducted on living scorpions over a period of several months. The animal is affixed to and immobilised on a plate. Electrodes inserted into eyes, leg muscles, brain and body continuously measure nerve currents. 
 There is no need to search for animal-free testing methods to replace such research projects. These animal experiments can be eliminated without substitution, because human data have long been available, or because their results are completely irrelevant to human health. 

Why are animal experiments still conducted? 
 Clinging to animal experiments does not have scientific reasons, but rather is based largely on tradition. More than 150 years ago, the French physiologist Claude Bernard (1813 – 1878) elevated animal experiments to the touchstone of all medical and scientific insight. Bernard's doctrine lives on in a contemporary scientific paradigm that only accepts results that are analytically explicable, as well as measurable and reproducible. Within the framework of this scientific system, sicknesses become technical defects and animals become measuring instruments. Thus a researcher’s quality is not measured by the number of people he or she has helped, but rather by the amount of scientific publication. True to the motto »Publish or perish«, it is only possible to attain profile in the world of science by means of a long list of publications in renowned scientific journals, the amount of research funding available depending on the list of publications. This funding is invested in new animal experiments, which again result in a new publication. This absurd system is self-sustaining and devours incredible amounts of research funding, third-party funds or scholarships, without being of any benefit to sick people. A further reason why animal testing is continued in some areas is the lack of financial support for animal-free research, as well as the protracted procedures for approving the implementation of in-vitro methods. 
Finally, animal experiments serve the pharmaceutical industry as a means of hedging their liability. If something goes wrong with a drug, the manufacturer can point to the animal testing conducted without the side effects arising. Animal experiments are also very popular in the pharmaceutical industry, because they can be used to prove anything one wants. There is bound to be a species and a test setup that will deliver the desired results. 

Conclusion 
Animal experimentation not only stands for cruel and therefore unethical methods, but also unscientific methods that have no right to a place in modern 21st century medicine and science. 




 References 

(1) Münchner Medizinische Wochenschrift 1983: 125 (27), 8 
(2) J.U. Schnurrer, J.C. Frölich: Zur Häufigkeit und Vermeidbarkeit von tödlichen unerwünschten Arzneimittelwirkungen. Der Internist 2003; 44, 889-895 
(3) Peter Schönhöfer in the TV programme »Fakt«, 20.8.2001 
(4) World Health Organisation, press release 4.9.2002 (WHO releases first global reference guide on safe and effective use of essential medicines),http://www.who.int/mediacentre/news/releases/who67/en/index.html (5) U.S. Food and Drug Administration Report: Innovation or Stagnation - Challenge and Opportunity on the Critical Path to New Medical Products, March 2004, p.8; www.fda.gov/oc/initiatives/criticalpath/whitepaper.pdf 
 (6) U.S. General Accounting Office. FDA Drug Review: Postapproval Risks 1976-1985. Publication GAO/PEMD-90-15, Washington, D.C., 1990 
(7) Perel P, Roberts I, Sena E, Wheble P, Briscoe C, Sandercock P: Comparison of treatment effects between animal experiments and clinical trials: systematic review. BMJ 2007; 334 (7586); 197 
(8) Pound P, Ebrahim S, Sandercock P, Bracken MB, Roberts I: Where is the evidence that animal research benefits humans? BMJ 2004; 328; 514-517 
(9) Lindl T, Völkl M, Kolar R: Tierversuche in der biomedizinischen Forschung. Altex 2005; 22 (3); 143-151 
(10) Taylor K., Gordon N., Langley G., Higgins W. (2008) Estimates for Worldwide Laboratory Animal Use in 2005. Alternatives to Laboratory Animals (ATLA), 36(3):327-342 
(11) Technology Review July 2004, p. 45-48 
(12) Wolfgang Härtig at al: Hibernation model of tau phosphorylation in hamsters: selective vulnerability of cholinergic basal forebrain neurons – implications for Alzheimer’s disease. European Journal of Neuroscience 2007: 25, 69-80 
(13) Tina Sicilia et al.: Novel Lycopene metabolites are detectable in plasma of preruminant calves after Lycopene supplementation. Journal of Nutrition 2005: 135, 2616-2621 
(14) Ulf-Rüdiger Heinrich et al.: Endothelial nitric ocide synthase upregulation in the guinea pig organ of Corti after acute noise trauma. Brain Research 2005: 1074, 85-96 
(15) U.Trotzke et al.: The influence of fasting on blood and plasma composition of herring gulls (Larus argentatus). Physiological and Biochemical Zoology 1999: 72(4), 426-437 
(16) Michael Schmäh, Eberhard Horn: Neurophysiological long-term recordings in space: experiments Scorpi and Scorpi-T. Gravitational and space biology bulletin: Publication of the American Society for Gravitational and Space Biology 2005: 18 (2), 95-96 

Doctors against animal experiments Germany 

www.aerzte-gegen-tierversuche.de





2 comentários:

  1. Nossa eu me imagino no lugar desses animais, eu sofro demais com isso =(
    Deus tenha piedade e que a ciência mude seus métodos pra ontem!!!

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  2. http://www.youtube.com/watch?v=vWy_hziZYL8
    http://www.youtube.com/watch?v=e7FeqPOnU08
    http://www.youtube.com/watch?v=5Kk1MorddZU

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