quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Biochips e Pele Artificial: 2 Alternativas para a Experimentação Animal


Norah André

Diante do obscurantismo que os vivissectores conseguem ainda impor à sociedade, fazendo com que os incautos e desavisados ainda acreditem que seus métodos de tortura de animais se constituem no método investigativo adequado e de resultados mais eficientes, somos forçados a funcionar como uma espécie de investigadores e, ao longo do tempo, ir coletando as evidências que vazam para a sociedade, fornecendo informações vindas de outro grupo de cientistas, estes os verdadeiros pesquisadores empenhados no progresso do conhecimento.

 Que fique claro que estes senhores, se assim o fazem, ao mentir descaradamente e insistir no emprego do chamado "modelo animal de pesquisa", assim o fazem por motivos pessoais e financeiros, recusando-se a adotar métodos infinitamente mais produtivos em termos de pesquisa científica, seja pelos investimentos que seriam obrigados a fazer, seja por medo de perder seu "prestígio" junto à comunidade de vivissectores, estreitamente ligada às grande corporações farmacêuticas.

Aqui, a palavra de ordem, é LUCRO e CAUTELA diante de eventuais processos legais que temem encarar, e não a VERDADEIRA pesquisa científica e seus potenciais benefícios para a saúde humana.

Sofrem e morrem os animais. PERDEM os homens com a adoção de metodologias ultrapassadas e anti éticas, que tem retardado o avanço da medicina aplicada, tal como a moderna e boa ciência o indica com clareza inequívoca.


Existem sabidamente muitas alternativas à experimentação em animais.
O que falta é a DECISÃO de fazê-lo. E, eu acrescentaria, alguma vergonha na cara de quem pratica e lucra com a vivissecção


I  - Desenvolvimento de novos fármacos: Biochip evita testes em animais

Uma equipe de pesquisadores norte americanos desenvolveu uma tecnologia capaz de eliminar a necessidade de serem utilizados animais durante os estudos de segurança para o desenvolvimento de novos fármacos.
 E mais: o novo biochip é capaz de garantir  a obtenção de resultados mais rigorosos e fidedignos para a saúde humana.
A pseudo-ciência ainda prevalente, quando se trata de avaliar a toxicidade das substâncias em estudo, equivocadamente ainda se baseia em testes realizados em animais que, segundo afirmam __ falsamente, diga-se de passagem __, permitiriam prever se um determinado candidato a fármaco é ou não tóxico.

 Porém, como já está claramente estabelecido, estes procedimentos, além de dispendiosos e ANTI-ÉTICOS, não refletem com precisão a reação dos seres humanos às mesmas substâncias anteriormente testadas em animais.

 Muito pelo contrário. Sabe-se hoje que a fisiologia humana é diferente da de qualquer outro animal e que os resultados obtidos em estudos com animais, são extremamente imprecisos quando transferidos para humanos.

Substâncias consideradas seguras e eficientes em animais, mostraram-se perigosas ou mortais em seres humanos; outras, consideradas ineficazes quando testadas em animais, mostraram se redentoras do ponto e vista da fisiologia humana.

 Ao longo dos últimos anos, tem sido muitos os esforços para desenvolver estratégias que substituam os testes em animais, ainda mantidos hoje na indústria farmacêutica, que alega serem "necessários" durante os ensaios pré-clínicos.

Você me perguntará o porquê disso. Eu respondo: MUITO DINHEIRO envolvido nisso.

 Há poucos anos, uma investigação conjunta do Rensselaer Polytechnic Institute, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e da Solidus Bioscience, revelou resultados extremamente encorajadores no campo da pesquisa da farmacologia humana:

  "Observamos os problemas com que as empresas se deparam e percebemos que precisávamos desenvolver algo que tivesse custos reduzidos, uma taxa de aceitação elevada, que fosse facilmente automatizado e não envolvesse animais", explicou Jonathan Dordick , um dos principais responsáveis pela investigação, professor do Rensselaer Polytechnic Institute e co-fundador da Solidus Biosciences.

O Datachip engloba mais de 1.000 culturas de tecidos tridimensionais que refletem a forma como as células se organizam no organismo. O objetivo é fornecer aos pesquisadores um sistema de projeção rápido, capaz de prever o potencial de toxicidade de um candidato a fármaco em vários órgãos do corpo humano.

 "Desenvolvemos o MetaChip e o DataChip para lidar com dois dos assuntos mais importantes que precisam de ser avaliados quando se analisa a toxicidade de uma substância – o efeito nas diferentes células do nosso corpo e a forma como a toxicidade se altera quando a substância é metabolizada pelo organismo", afirmou o responsável.

 A capacidade de um indivíduo para metabolizar uma substância é determinada pela sua composição genética e pela quantidade de medicamentos metabolizados pelas enzimas,  determinando o quão tóxico pode ser um composto para eles.

 Ao modificar a proporção das enzimas no MetaChip, os cientistas conseguiram desenvolver chips personalizados que prevêem a resposta de um paciente a uma determinada substância. "Ainda estamos longe da medicina personalizada, mas o MetaChip caminha nessa direcção", salientou Dordick.


II- Pele Artificial

 Há mais de 4 anos, a USP já desenvolveu a pele sintética, ainda não usada pelas grandes corporações como alternativa à experimentação em animais.

 Não é de se estranhar que, todos estes anos mais tarde, as empresas de cosméticos continuem torturando e cegando coelhos, ao invés de adotar esta alternativa, já que seriam necessários investimentos financeiros para fazê-lo ....

A excelente notícia, um break-through potencial que impediria o prolongamento deste holocausto animal, foi dada ao público em matéria da Folha de São Paulo em 2009:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u631911.shtml

Reproduzo a publicação feita, ipsis literis, para facilitar a visualização de todos:


02/10/2009 - 08h52

USP desenvolve pele artificial para evitar testes com animais

MAURÍCIO KANNO
colaboração para a Folha Online

Um laboratório da USP desenvolveu uma pele artificial que pode substituir testes de cosméticos em animais e ajudar também em sua redução nos testes farmacológicos.
Agora, as pesquisadoras estão em fase de contatos com empresas para viabilizar o financiamento da utilização do modelo desenvolvido, apesar de ele já estar pronto há cerca de um ano.
Divulgação/USP
Modelo de pele artificial desenvolvida pela USP constitui estrutura completa tripla e deve ajudar na substituição de animais em testes
Modelo de pele artificial desenvolvida pela USP constitui estrutura completa tripla e deve ajudar na substituição de animais em testes
De acordo com a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Silvya Stuchi, responsável pela pesquisa, já existem outros modelos de pele artificial sendo utilizados nos Estados Unidos e Europa. No entanto, há dificuldades de transporte e importação, já que é um material vivo e sensível.
Assim, quando há a demanda de não usar animais no Brasil --ou pelo menos usar menos--, o que acaba acontecendo é o envio dos princípios ativos dos cosméticos para testes no exterior. O problema é que a indústria brasileira gasta muito para fazer testes em outros países.
"Desenvolvemos uma estrutura de pele completa, com três elementos", diz Stuchi. "o melanócito, responsável pela pigmentação; o queratinócito, responsável pela proteção; e o fibroblasto, segunda camada", explica ela.
Tendência: sem animais
"A partir deste ano, na Europa, já não há testes em animais para cosméticos, é algo mandatório", afirma a professora Silvia Berlanga, corresponsável pela pesquisa na USP. "É uma tendência mundial."
Para cosméticos como filtro solar e creme antirrugas, a questão fica mais fácil de resolver com a pele artificial e por isso animais já foram totalmente substituídos no continente europeu. Porém, a questão fica mais dificil no que toca à indústria farmacêutica, diz Berlanga. "Os medicamentos podem envolver também ingestão via oral, ou mesmo endovenosa [pelo sangue]", explica ela.
Fármacos envolvem absorção pelo organismo, o que vai além da pele em si. Por isso, neste caso, o que ocorreu foi a redução do uso de animais, já que ao menos certas etapas de testes puderam ser substituídas.
Divulgação
Coelho albino, usado em testes de laboratórios no Brasil devido à pele sensível, segundo recomendação da agência sanitária Anvisa
Coelho albino, usado em testes de laboratórios no Brasil devido à pele sensível, segundo recomendação da agência sanitária Anvisa
Motivações
O representante da Interniche (International Network for Humane Education) no Brasil, o biólogo e psicólogo Luís Martini, estima que ainda mais de 115 milhões de animais sejam usados por ano no mundo em experimentos e testes.
Uma motivação para a transferência para modelos de laboratório é a própria importância científica de trabalhar com a pele da própria espécie humana, que é específica. "Assim trabalha-se com algo mais fidedigno ao que é real", explica a professora Silvya Stuchi.
Martini esclarece ainda que, devido às diferenças fisiológicas entre as espécies, há "inúmeros casos em que medicamentos que foram desenvolvidos e testados em animais tiveram que ser retirados do mercado por terem causado efeitos adversos severos quando foram utilizados por seres humanos".
Outro motivo é a "ética da experimentação" ao lidar com os animais, como diz Berlanga. "Mesmo que fique mais caro com a pele artificial, é importante reduzir o uso de animais", diz ela.
George Guimarães, presidente do grupo de defesa dos direitos animais Veddas, vai mais além. "Consideramos isso [uso de animais] inaceitável do ponto de vista moral e ético, uma vez que esses animais não escolheram ser usados para servir aos nossos interesses."
O ativista e nutricionista afirma ter levado a Brasília, na época da aprovação da lei Arouca, que regulamentou os experimentos com animais em outubro de 2008, um total de 26 mil assinaturas buscando expor sua visão. Mas diz não ter obtido espaço com os parlamentares, que só recebiam "representantes das instituições científicas".
Martini completa dizendo que "os experimentos em animais causam dor e sofrimento". Assim, "segundo o princípio da igual consideração de interesses semelhantes, deveríamos respeitá-los nos seus direitos básicos que são o direito à vida, à integridade física e à liberdade."
Desenvolvimento
A matéria-prima utilizada para criar a pele é na verdade de doadores humanos mesmo, que fazem cirurgias plásticas --no caso do laboratório da USP, são utilizadas doações do Hospital Universitário. Assim, as células são cultivadas em placa de petri e são formados os tecidos, incluindo a derme e epiderme.
O objetivo original do desenvolvimento da pele, no entanto, que começou há 15 anos, foi para o estudo do melanoma, um tipo grave de câncer de pele.
De lá para cá, a professora Stuchi cita dois marcos importantes. O primeiro foi a parceria com os pesquisadores do Instituto Ludwig de Pesquisa Sobre o Câncer, estabelecido no Hospital do Câncer em São Paulo, com quem aprendeu muito o isolamento das células, a partir de 2005.
O segundo marco foi com uma primeira bolsa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) entre 2007 e 2008, sua temporada como pesquisadora visitante na Universidade de Michigan, EUA. Lá adquiriu diversos tipos de tecidos de pele humana e pôde fazer testes com eles no Brasil, obtendo realmente o conhecimento sobre como fazer a estrutura da pele.
Em 2009, o projeto de pesquisa na USP obteve nova verba da Fapesp, por meio do qual, aprimoramentos no modelo de pele estão sendo realizados.
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Fica a pergunta: em que ponto ficou deixada esta pesquisa potencialmente revolucionária?

Porque ninguém teria se disposto a financiar, aprimorar e aplicar este novo modelo de testes, aqui denominado de "modelo de pele"?
A resposta agora você já tem, com certeza: Falta DECISÃO e VONTADE de FAZER.
Falta ÉTICA, pura e simplesmente.
 Namaste

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